Alguns dias atrás fiz uma experiência, entre tantas que venho fazendo ao longo da vida, que me revelou um pouco sobre como as pessoas encaram o pós conquista. Antes de falar sobre esse momento eu preciso esclarecer que conquistas são alcançadas todos os dias, e estou me referindo aqui a conquistas empresariais em uma escala média, ou seja, a conquista é possível mas nem sempre é alcançada pelos empreendedores.
Então, todos vocês sabem que acompanho dezenas de startups e outras dezenas de Big empresas aqui no Brasil, minha vida é assim já fazem mts anos, e é preciso muita serenidade e estômago para manter a calma diante de oportunidades que, muitas vezes, são desperdiçadas tanto por empreendedores em fases mais iniciais quanto por empreendedores mais maduros.
A experiência então foi de mapear contatos em grandes empresas, de diversas áreas, mas especificamente da área de saúde e tecnologia, presentes naquela rede social só de voz, que é nova e bem conhecida mas que não se pode falar dela aqui no instagram para não levar um belo bloqueio kkk… Alguns contatos pessoais, que são empresários e lideram empresas gigantes aqui do Brasil me brifaram e pedindo ajuda para colocar em uma sala que ocorreria nos domingos (apenas dois encontros, onde o último foi ontem 14/03), então articulei com algumas das maiores aceleradoras e agentes do fomento no BR e conseguimos reunir 110 pessoas de altíssima relevância para o mercado de startups no BR.
Na ocasião eu tinha 20 “convites” para colocar empreendedores diante dos Bigs, e decidi separar esses convites em grupos de empreendedores: 1o. O grupo das startups que estavam com algum recurso ou com um plano em plena execução e sem dificuldades financeiras, mas que já foram quase mortas por falta de dinheiro nos últimos anos. O 2o. Grupo foi composto por startups com o mesmo perfil mas em etapas anteriores, ou seja, que buscam espaço no mercado. O 3o. grupo foi direcionado para empreendedores com protótipos, uma fase mais inicial de suas jornadas.
O resultado: No primeiro encontro, houve um pouco de desconfiança e menor adesão por parte de todos, achei isso até normal por se tratar de um convite para uma sala em uma rede social nova, em tempos em que as pessoas alegam querer mais “produtividade” mesmo passando horas/dia no instagram produzindo nada. Enfim, o encontro revelou os convidados da sala e todos os convidados ficaram muito surpresos com a proposta (que era transformar todo mundo em uma espécie de mastermind onde, por exemplo, empresários que lideram fundos hoje com 4bilhões de Reais para o fomento de startups só da área da saúde, e se queixaram de não estar conseguindo conversar com os empreendimentos por não saber fazer isso, por exemplo).
Dessa forma, nós despertamos o grupo com 20 cujo o perfil do primeiro grupo, teve 85% de falta no primeiro encontro, e 50% de falta no segundo encontro, ficando de fora do “mastermind” que iniciaremos essa semana em São Paulo. O segundo e terceiro grupo tiveram falta ao encontro inferior a 20%.
O que isso quer dizer, e qual relação com o título desse post? Simples, muitos empreendedores, empresas e pessoas que ainda não empreendem necessariamente, mas lideram times em empresas ou algo parecido, e que estão em situação mais “confortável” destravam menos cadeados para um estágio exploratório em ambientes diferentes dos que estão no momento. Eles alegam que estão sem tempo, ou que não existem oportunidades em algumas redes sociais (mesmo sem saber absolutamente nada sobre a nova rede nesse caso) o que demonstra um certo conformismo, e o conformismo, mesmo quando sutil, pode ser um grande problema para empresas emergentes que acham ser maiores do que realmente são.
Então, a moral da história é que você deve buscar analisar quais “convites” você recebe que podem estar escondendo seus cadeados e fazendo com que você tenha uma perspectiva um pouco mais reduzida para novas oportunidades e horizontes.
Comments are closed.